Os ataques cibernéticos, a complexidade do sistema elétrico e uso cada vez maior de energia intermitente (eólica e fotovoltaica) aumentam os riscos de blackout de energia nos sistemas integrados de transmissão e distribuição de energia. No caso brasileiro a situação se agrava com a obsolescência dos ativos e falta de investimentos no setor elétrico. O presidente da CPFL, comentou recentemente que as distribuidoras enfrentam desafios nos indicadores de qualidade e financeiros e que, ao invés de aguardar a completa deterioração dos ativos seria interessante mudar a regulamentação das concessões para permitir a consolidação das concessionárias de distribuição. Este fato por si só é um alerta para desenvolver soluções independentes e robustas para garantir energia de qualidade para os data centers e outras instalações de missão crítica, como hospitais.
As soluções de UPS e geradores a diesel são para emergências e não são apropriadas para geração em regime contínuo. Uma alternativa é a autoprodução de energia usando gás natural, o uso de baterias de grande capacidade já disponíveis no mercado (grids de 64MW, por exemplo) e acordos com as distribuidoras de energia locais para soluções fornecimento de energia apartada do sistema de distribuição público. Essas paralelas ao fornecimento tradicional são chamadas de “microgrids”, onde em caso de blackout do sistema público eles têm capacidade de geração independente, funcionando como sistema de redundância.
Para quem está planejando construir plantas fotovoltaicas é essencial incluir no projeto baterias de grande capacidade. A solução de compra de energia no mercado livre ajuda a reduzir custos e reduzir a emissão de gases do efeito estufa quando contratada energia de fontes renováveis, porém não elimina o risco de ficar sem energia em caso de blackout uma vez que o fornecimento de energia usa a rede física da concessionária de distribuição.
A recomendação é a implantação da ISO 50.001 nos data center para explorar todas as alternativas de fornecimento de energia com qualidade e eficiência energética, contribuindo para a redução do PUE.